Samba, feijoada e disco
comemoram os 100 anos de
Cartola
Clássico do samba e fundador da Mangueira, centenário é neste sábado.
Nomes como Beth Carvalho, Alcione e Elba Ramalho participam de show.
Cartola não foi um sonho que a gente teve, como costuma dizer Nelson
Sargento. O bamba, que completaria 100 anos no próximo sábado (11),
será homenageado pela Mangueira da maneira que ele mais gostava:
com samba.
Ouça a rádio só com sucessos de Cartola
A alvorada lá no morro começa às 7h, no Centro Cultural Cartola, com
o rufar de tambores das principais escolas de samba anunciando o que
virá a seguir: às 14h, tradicional feijoada mangueirense, que será
fechada para convidados, e às 18h, missa de ação de graças.
Na segunda-feira (13) o show “Cartola Eterno” reúne no Canecão
nomes como Alcione, Beth Carvalho, Emílio Santiago, Nelson Sargento,
Elba Ramalho, Maria Rita, Sandra de Sá e Rosemary. Além, claro,
da velha guarda da Mangueira.
Cartola por e para todos
"Ele é tão importante para o samba quanto para a MPB. Não apenas
pela obra valiosa, mas também porque foi um dos fundadores da
Estação Primeira. Foi ele que deu as cores para a Mangueira. Suas
músicas continuam vivendo através das vozes de artistas das mais
variadas gerações. É atemporal", derrete-se Alcione.
"O cartola era um gênio, um grande poeta que tinha uma marca única
em suas músicas", define Beth Carvalho, que lembra ter tido uma
relação de pai e filha com o sambista.
“O Cartola faz parte de um grupo de compositores de alma feminina”,
completa Rosemary, que gravou o músico em seu último disco
“Mulheres da Mangueira”.
'Cartola pata todos': dez anos de gravações com 36 artistas diferentes (Foto: Divulgação)
Cartola para Todos
Aproveitando o ensejo, o produtor musical Alvaro Fernando lança no mesmo sábado o disco “Cartola Para Todos”, resultado de 10 anos de gravações com 36 artistas diferentes. "Quem dera Cartola pudesse ouvir o CD...", diz ele, que reuniu músicos como Paulo Moura, Marco Suzano e Wanda Sá.
Breve biografia
Nascido em 1908, Cartola foi para a Mangueira aos 11. Desde então passou a participar das festas de rua tocando cavaquinho.
Ao longo da vida, além de músico, trabalhou em tipografias, foi pedreiro, vigias e lavador de carros. Já consagrado, abriu com a mulher, Dona Zica, o restaurante Zicartola, que se tornou uma referência na história do samba.
O apelido Cartola veio do chapéu de coco que ele usava na época em que era pedreiro, para evitar que o cimento caísse sobre sua cabeça. Cartola morreu de câncer, em 1980.
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