quarta-feira, 23 de março de 2011

Bom dia dessalinização

DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR

Atualmente o consumo de água potável tem aumentado muito, forçando os governantes a investirem nos processos de dessalinização da água dos mares, bem como em pesquisas nesta área, visto que 95,5% da água de todo planeta encontra-se nos mares e oceanos. Muitos países e cidades já contam com água potável obtida a partir da dessalinização (Feira de Santana e Ipiara na Bahia, Kuwait, Curaçao, Aruba, Gibraltar, Golfo Pérsico, Espanha e outros). A primeira usina de dessalinização surgiu em 1928, em Curaçao no Caribe.

No Brasil as primeiras experiências de dessalinização “solar” foram em 1970, sob o patrocínio do ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica). Os processos de dessalinização ainda podem parecer muito caros, entretanto são grandes alternativas quando comparados aos gastos relativos ao transporte com tanques, caminhões pipas, etc. Sem falar, também, no crescente consumo de água doce que, em poucos anos, pode gerar um crise de escassez.

As primeiras tentativas de dessalinização da água do mar, que ocorreram na década de 20, baseavam-se num processo bem simples: a destilação. Através deste procedimento o líquido salgado, retirado do mar, era aquecido em enormes colunas de destilação até que ocorresse a evaporação, separando assim o sal. O vapor, por sua vez, era coletado no topo do recipiente e depois resfriado, transformando-se finalmente em água potável. Entre as vantagens desse processo, tem-se a eliminação do risco de contaminação da água por micróbios e bactérias. Sendo que o maior problema era o gasto de energia utilizado para aquecer as caldeiras.

Os processos de dessalinização da água do mar existentes são:

Destilação convencional

Destilação artificial

Eletrodiálise

Osmose reversa

Dessalinização por Destilação

O processo de dessalinização por destilação, utiliza o princípio da evaporação. Por este processo, aquece-se a água até que esta se transforme em vapor, para depois fazê-la voltar ao estado líquido e obter a água doce no condensador. Na fase de passar a água do estado líquido para vapor é utilizado combustível fóssil ou energia elétrica, em grande escala, eis o motivo pelo qual torna este processo muito caro.

Dessalinização por eletrodiálise

A eletrodiálise é utilizada para promover a separação de elementos específicos. Este procedimento se utiliza de membranas, porém, associadas à corrente elétrica. “Quando comparada à destilação convencional, a eletrodiálise é mais abrangente, uma vez que o primeiro método tem limitação com relação a alguns compostos, por exemplo, orgânicos voláteis, cuja temperatura de ebulição é menor do que a da água”, explica Mierzwa.

Dessalinização por Osmose Reversa

O que é Osmose Reversa?

Osmose é uma palavra que vem do grego (osmós) e significa "impulso" e adicionada aos nossos dicionários desde o final do século passado.

Segundo o engenheiro químico Lucio Sattamini, a osmose natural ocorre quando duas soluções salinas de concentrações diferentes encontram-se separadas por uma membrana semipermeável. Neste caso, a água (solvente) da solução menos concentrada tenderá a passar para o lado da solução de maior salinidade. Com isto, esta solução mais concentrada, ao receber mais solvente, se dilui, num processo impulsionado por uma grandeza chamada "pressão osmótica", até que as duas soluções atinjam concentrações iguais.

Ele diz ainda que, a osmose reversa ocorre quando aplica-se uma pressão no lado da solução mais salina ou concentrada, revertendo-se a tendência natural. Neste caso, a água da solução salina passa para o lado da água pura, ficando retidos os ions dos sais nela dissolvidos.

Este fenômeno, conhecido dos cientistas desde o fim do século passado, passou a ser aplicado em processos industriais na década de 60. Desde a década de 80 o emprego de membranas semipermeáveis sintéticas em aplicações industriais passou a se difundir, ampliando o campo de aplicação deste processo.

A dessalinização por osmose inversa apresenta vantagens em relação aos demais sistemas dessalinizadores, em termos de custo-benefício e modernidade.

Como utiliza um processo de separação por membranas, a quantidade de energia necessária para extrair os sais é muito menor, que a exigida pelo processo de destilação, por exemplo. Além disto, permite também, eliminar bactérias, vírus, fungos e outros agentes causadores de doenças, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações.

O clima semi-árido, o baixo índice de pluviosidade, e solo cristalino, fazem com o nível de salinização de lençóis freáticos do Nordeste Brasileiro, seja mais elevado.Boa parte dos lençóis freáticos constitui-se por águas salobras, as quais possuem quantidades menores de sais que a água do mar, porém, não chegam aos níveis adequados de potabilidade. Estes fatores conduzem à utilização de processos de dessalinização.

A remoção do sal da água do mar e de águas salobras, principalmente na região nordeste do Brasil, é feito atualmente pelo processo de osmose reversa, tecnologia que utiliza membranas menos permeáveis e necessita de altas pressões, consumindo energia de forma intensa. Segundo estimativas iniciais, o novo processo de dessalinização reduz em até 75% o custo do processo atual".

De acordo com o engenheiro eletrônico Alexandre J. Beltrão Moura uma pesquisa que vem sendo "realizada pelo Laboratório Lawrence Livermore, dos Estados Unidos, está desenvolvendo uma membrana feita com nanotubos de carbono e silício que poderá ser uma forma mais barata e eficiente, de dessalinizar água do mar. Os poros da nova membrana são formados por bilhões de minúsculos tubos ocos de carbono, cujas paredes têm apenas um átomo de espessura, tão finos que cada um deles permite a passagem de apenas seis moléculas de água, retendo todas as outras partículas, inclusive o sal contido na água.

DESVANTAGENS DOS PROCESSOS DE DESSALINIZAÇÃO

Cada um dos processos de dessalinização apresentados tem seus impactos, sejam eles mais ou menos graves. Na maioria dos processos, aproximadamente um terço da água do mar vira água potável, enquanto os dois terços restantes são descartados como salmoura, líquido com alta concentração de sais. O descarte dos resíduos é um dos grandes problemas da dessalinização causando danos ao meio ambiente. No solo, a salmoura inibe o crescimento das plantas deixando-o inviável para a agricultura, também pode matar a vida aquática sensível ao sal, se a mistura cair na água doce, bem como, pode contaminar os aqüíferos.

A grande parte das usinas acaba despejando esses resíduos de volta no mar. Mas esta água salgada usada também contém os produtos da corrosão que foi gerada durante o processo de dessalinização.

Tão preocupante quanto, é preciso levar em conta a enorme demanda em energia da dessalinização, pois uma típica usina moderna de osmose reversa consome 6 quilowatts/hora de eletricidade para cada metro cúbico de água que ela produz. A maior parte desta energia, provém da queima de carvão, de petróleo ou de outros combustíveis fósseis. Portanto, enquanto a dessalinização poderia se tornar uma fonte viável de água potável em regiões costeiras, isso se daria ao custo de um aumento das emissões de carbono na atmosfera.

No entanto, nenhuma alternativa, por mais vantajosa que seja, para combater a escassez de água, pode prescindir de uma mudança de atitude da população como um todo frente a esse problema. Enquanto cada cidadão não encarar esse problema como seu, qualquer solução será apenas um paliativo.

Assim, que tal aproveitar e economizar o que temos de precioso, que é a nossa água potável.

FONTES:

www.ambientebrasil.com.br

http://www.sattamini.com.br

www.kalunga.com.br

http://www.brasilnordeste.com.br/Artigosenot%C3%ADcias/Not%C3%ADcias/Colunistas/Gerenciador/tabid/88/articleType/ArticleView/articleId/1898/TecnologiaOGoogleeosMapasnosCelulares.aspx

http://www.aguabolivia.org/situacionaguaX/IIIEncAguas/contenido/trabajos_verde/TC-124.htm

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/prospect/2006

Super Interessante, 2003, ed.20, p. 24 e 25

aparecido de souza

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