segundo programa da série Carmen Miranda – Cem anos de ginga e bossa, uma mostra de como o repertório da cantora é um verdadeiro “documento histórico” de seu tempo. Carmen Miranda passou parte de sua vida na Lapa carioca. Lá a “pequena notável” temperou -se entre boêmios e malandros. Um ambiente que tem muita presença em seu repertório musical. Composições como “Malandro”, de André Filho; “Mulatinho bamba”, de Ary Barroso; “Cachorro Vira-lata”, de Alberto Ribeiro; e “Camisa listada”, de Assis Valente, falam de malandros e da vida descompromissada da malandragem. No entanto, a fase brasileira de Carmen Miranda aconteceu sob a ditadura de Getúlio Vargas, inaugurada em outubro de 1930, que, à partir de 1937, com o golpe do Estado Novo, fez surgir uma férrea censura. Uma censura que proibia, inclusive, qualquer alusão ao malandro, e tal malandragem. Coincidência, ou não, a partir dessa época surgiram títulos como “Cabaré no morro”, de Herivelto Martins; “Me dá, me dá”, de Portello Juno e Cícero Nunes; e “Me dá, me dá no Chang-lang”, de Kid Pepe, Portello Juno e Paulo Acits, que são críticas a vagabundagem. Foi também a época na qual Carmen Miranda mais gravou títulos de exaltação ao Brasil, também uma orientação do governo da época. Por acaso, ou não, a cantora eternizou títulos, como “Sai da toca, Brasil”, de Joubert de Carvalho; “Diz que tem”, de Vicente
Paiva e Aníbal Cruz; e “Foi-se embora pra Europa”, de Nelson Petersen. Apresentação: Celso Brambilla e Kika Leói Roteiro e produção: Márcio Barker Aparecido de Souza
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