quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Bom dia! Estou P da vida...



06/02/2014 08h32 - Atualizado em 06/02/2014 09h55

Pizzolato vai responder por uso de documentos falsos, diz polícia da Itália

Condenado no mensalão, ex-diretor do BB estava foragido há 2 meses.
Ele usou nome do irmão Celso, morto há 36 anos, para tirar documentos.

Paolo Tomassone Especial para o G1, em Modena (Itália)
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Mapa fuga Pizzolato (Foto: Arte/G1)
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, preso na quarta-feira (5), na Itália, vai responder no país pelo uso de documentos falsos, informou a polícia italiana nesta quinta-feira (6). Diversos documentos falsificados, além do passaporte, foram encontrados com Pizzolato no momento da prisão, segundo a polícia.
Pizzolato era o único foragido dos 25 condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. Ele foi preso na manhã de quarta-feira em Maranello, na província de Modena, norte da Itália, após a expedição de um mandado de prisão internacional.
As informações foram dadas pela polícia italiana durante uma coletiva de imprensa que continua em andamento na manhã desta quinta-feira.
Segundo Stefano Savo, comandante provincial da polícia de Modena, Pizzolato foi preso em uma vila de casas em Pozza, bairro de Maranello, comuna a 320 km de Roma, conhecida por abrigar a fábrica de carros esportivos da Ferrari.
De acordo Savo, o ex-diretor do Banco do Brasil ficava sempre dentro de casa, com o imóvel – que aparentava estar vazio – sempre fechado.
Pizzolato tinha a companhia da mulher. Segundo o comandante da polícia, a decisão de se esconder no local foi bem planejada: o ex-diretor e a mulher tinham consigo 14 mil euros (R$ 45,4 mil) – inicialmente, a polícia havia informado que a quantia era de 15 mil euros –, uma grande quantidade de comida e vários documentos emitidos por diferentes Estados e entidades internacionais.
Segundo informou a polícia nesta quinta-feira, foram encontrados com Pizzolato diversos documentos de identidade (RG) emitidos em diferentes regiões da Itália. Ele usava um sobrenome similar ao original. Também foram achados documentos de identidade brasileiros e italianos já vencidos e um documento falsificado espanhol, feito antes de sua condenação no processo do mensalão.
Segundo a polícia local, que já monitorava Pizzolato, inicialmente ele negou ser quem era, mas depois confirmou a identidade ao perceber que havia sido reconhecido. O ex-diretor do BB foi levado para a prisão de Sant'Anna de Modena. A polícia afirma que ele está em uma cela com outros detentos e apresenta bom estado de saúde.
De acordo com Savo, Pizzolato já tem um advogado que o representa em Modena.
Prisão
Os "carabinieri" (polícia italiana) seguiram a pista da localização de Pizzolato durante dois dias. Segundo as investigações, ele não trabalhava nem saía de casa.
Por volta das 11h (8h no horário de Brasília) de quarta-feira, um grupo formado por 10 policiais entrou no apartamento do ex-diretor, situado no andar térreo de um prédio no centro de Maranello.
Os policiais encontraram 14 mil euros – em notas de euros e dólares e um passaporte falso, em nome de Celso Pizzolato, irmão mais velho de Henrique e que morreu em um acidente de carro em 1978.
Com 570 pessoas, atualmente a prisão de Sant'Anna de Modena enfrenta superlotação. Sua capacidade total é de 450 pessoas.
Considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, o antigo dirigente do Banco do Brasil foi condenado pelos ministros do Supremo a 12 anos e 7 meses de prisão.
Fuga pela Argentina
A Polícia Federal afirmou nesta quarta-feira (5) que Pizzolato fugiu do país pela fronteira com a Argentina dois meses antes de decretada sua prisão, em 15 de novembro de 2013.
Ele saiu de carro da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e ingressou no território argentino provavelmente no dia 12 de setembro. Depois, percorreu 1,3 mil quilômetros até Buenos Aires, capital argentina.
As investigações da Polícia Federal demonstraram que o ex-diretor de marketing do BB embarcou para Barcelona, na Espanha, em um voo da Aerolíneas Argentinas. Da cidade espanhola, informaram os policiais federais, ele seguiu para a Itália. A PF não sabe de que forma ele chegou ao território italiano.
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